terça-feira, 25 de novembro de 2014

Workshop de Férias: Kuchipudi - Dança Clássica Indiana




O KUCHIPUDI surgiu na Vila de Kuchelapuram no estado de Andra Pradesh, no sul da Índia. Este estilo consolidou-se no séc. 17, com o advento do movimento Bhakti, sob o comando de Siddhendra Yogi. Inicialmente, era executado somente por homens em apresentações coletivas de caráter teatral. Apenas no séc. XX passou a ser praticado por mulheres e aproximou-se do universo das danças dramáticas indianas. O Kuchipudi é marcado pelo virtuosismo, pelas poses esculturais, pelos giros e pulos e pela agilidade de suas composições. O item de resistência do Kuchipudi é o Taragam, executado sobre um prato de cobre e com um pote de água na cabeça. Este item tem um significado espiritual para os praticantes: “Assim como o dançarino move-se no palco indiferente às dificuldades, do mesmo modo nós devemos nos mover em nossas vidas indiferentes aos problemas e preocupações”.

O workshop será dividido em três momentos distintos:
• Parte Teórica: apresentação do estilo e de suas características específicas;
• Parte Prática: aprendizado de alguns dos movimentos (adavus) que compõem o estilo, incluindo os gestos de mão (hastas) e as expressões faciais (abhinayas)
• Coreografia: realização de uma pequena coreografia a partir dos exercícios praticados;

Este workshop é indicada para:
• Maiores de 15 anos, com ou sem experiência anterior em dança;
• A atividade não é recomendada para pessoas que tenham problemas nos joelhos e nas articulações como um todo;

Informações Gerais:
• Dia: 31/01/2015 (sábado)
* Duração: 3 horas (10h - 13h)
• Vagas: 15 (mínimo de 5 interessados)
• Investimento: R$ 150,00
* Local de realização: Espaço Cultural Caldeirão 
                                   Rua Dona Layr Costa Rego, 85b  Jd. Peri-Peri (Butantã) / SP

Contato:
nucleoprema@hotmail.com;
(11) 98109-9090

INSCRIÇÕES ABERTAS

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Workshop de Férias - Abhinaya: a construção de um corpo narrativo

Workshop de Abhinaya
A construção de um corpo narrativo
Com Irani Cippiciani
  
Figura 1 – Irani Cippiciani em apresentação de Kuchipudi fazendo Adbuta Rasa. Fonte: arquivo pessoal.


OBJETIVOS

Oficina prática-teórica voltada para bailarinos de dança clássica indiana, nos diferentes estilos, interessados em aprofundar seus estudos de Abhinaya, tendo como referência o método desenvolvido pela Guru Kalanidhi Narayanan, apoiado em estudos do Natyasastra e Abhinaya Darpanan, além de outras obras de referência. Abhinaya é o elemento expressivo e emocional presente em todas as formas clássicas de dança indiana. É através dele que o ator-bailarino comunica, com seu corpo e seus movimentos, a vida interior de suas personagens e do poema utilizando para tanto um código muito preciso de gestos e expressões faciais. Esta oficina tem por objetivo principal transmitir os conceitos fundamentais presentes nesta abordagem da técnica e investigar modos de criação e composição coreográfica a partir de poemas de Rabindranath Tagore. Ao final do processo, cada bailarino terá desenvolvido um pequeno item coreográfico expressivo (Nrttya) e terá condições de desenvolvê-lo de modo individual posteriormente. 
           

CONTEÚDOS

  • Estudo teórico sobre o Natyasastra e os conceitos de Bhava e Rasa;
  • Estudo teórico-prático dos quatro grandes grupos de Abhinaya: angikabhinaya, vachikabhinaya, sattvikabhinaya e aharyabhinaya.
  • Estudo aplicado da técnica do Abhinaya segundo desenvolvido por Kalanidhi Narayanan;
  • Hastas: os gestos de mão como instrumento expressivo;
  • Navarasas: as expressões faciais como instrumento expressivo;
  • Ashtanayikas: os oito tipos de heroínas;
  • Criação e Composição Coreográfica: experimentações cênicas a partir do contato com a técnica;

DURAÇÃO: 12 horas (3 encontros com 4h de duração cada)
PERÍODO:  Dias 17, 24 e 31/01 (sábados das 14h às 18h)
LOCAL:  Espaço Cultural Caldeirão (Rua Dona Layr Costa Rego, 85b Jd. Peri-Peri (Butantã)/SP)
Nº VAGAS: 6 (número mínimo para realização da oficina: 3 interessados)
INVESTIMENTO: 3 parcelas de R$ 150,00 ou à vista R$ 400,00. 


GALERIA DE FOTOS

Figura 2 – Exemplo de exercício respiratório inicial. Fonte: arquivo pessoal.

Figura 3 e 4 – Exemplos de treinamento para os olhos em grupo num estágio inicial de treinamento.
Deslizar de um lado a outro (sachee drusti). Fonte: arquivo pessoal.

Figura 5 – Praticantes experimentando criar gestos para um trecho de poema. Fonte: arquivo pessoal.
  


Figuras 6 e 7 – Intérprete experimentando a relação entre gesto, expressão facial e movimentação corporal 
a partir do poema 'Retrato' de Cecília Meireles. Fonte: arquivo pessoal. 

Figura 8 – Roda de conversa com participantes do workshop de Abhinaya realizado no Espaço Caldeirão.
Discussão sobre a escolha dos poemas e como abordá-los. Fonte: arquivo pessoal.


CURRÍCULO

Irani Cippiciani é atriz e bailarina formada em Artes Cênicas pela ECA/USP e Mestre em Artes da Cena pelo IA/UNICAMP com a dissertação ‘ABHINAYA: a construção de um corpo narrativo -
O elemento expressivo do teatro e da dança clássica na Índia’. Há 20 anos trabalha junto ao Grupo Caldeirão, companhia teatral com 27 anos de existência. Desde 1999 dedica-se ao estudo e prática das danças indianas: Bharatanatyam, Kuchipudi, Mohiniyattam e Devarattam. Em 2007 fundou o Núcleo Prema com o intuito de promover um intercâmbio entre as culturas indiana e brasileira. Já realizou inúmeras viagens à Índia, onde estudou com os gurus Srimathi Kalamandalam Sumathi, Srimathi Priyadarsini Govind – discípula de Srimathi Kalanidhi Narayanan, Srimathi Maya Vinayan e Nellai Manikandam.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEHERA, Nruta Guru Dr. Manoj Ku. Mudra Biniyoga Prakriya. Cuttack: Jugal Debata, 2008.
BHARATAMUNI. The Natya Sastra. (Translated into English by a board of scholars). New Delhi: Sri Satguru Publications, 1986.
COOMARASWAMY, Ananda. “Introduction”. In: NANDIKESVARA. Abhinayadarpanan. A Manual of Gesture and Posture used in Ancient Dance and Drama. Translation M. Ghosh.  New Delhi: Manisha, 2006.
_____. The dance of Shiva. Essays of Indian Art and Culture. Toronto: General Publishing Company, 1985.
_____. The mirror of gesture being the Abhinaya Darpana. New Delhi: Munshiram Manoharlal Publishers, 1970.
KRISHNA RAO, U. S. Dictionary of Bharatanatyam. Chennai: Orient Longman, 1980.
RAMM-BONWIT, Ingrid. Mudras: as mãos como símbolo do cosmo. São Paulo: Editora Pensamento, 1987.
SCHERER, Jacques. “Bharata, a criação do teatro”. In: BORIE, Monique et al. Estética teatral. Textos de Platão a Brecht. Tradução Helena Barbas. Portugal: Calouste Gulbenkian, 1996. p 31-38.
SRINIVASAN, Amrit (Ed.). Approaches to Bharata´s Natyasastra. New Dellhi: Sangeet Natak Akademi and Hope India Publications, 2007.
VAIDYANATHAN, Saroja. Bharatanatyam an in-depth study. New Delhi: Ganesa Natyalaya, 1996.

CONTATOS E INFORMAÇÕES




nucleoprema@hotmail.com;
IRANI CIPPICIANI - (11) 98109-9090

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DIWALI - Festival das Luzes




 
 
 

A DEUSA LAKSHMI E O DIWALI

 
Uma vez ao ano, as pessoas enchem suas casas de lamparinas, incensos, flores e perfumes. Uma vez ao ano as pessoas vestem suas melhores roupas e enfeites para celebrar o Diwali, a Festa das Luzes, que representa a vitória das forças do bem sobre as forças do mal, que existem não só no mundo exterior, mas dentro de cada um de nós. 
Uma Deusa Hindu é especialmente louvada nesta ocasião que, para muitos, simboliza o início de um novo ciclo espiritual, como um Ano Novo que se inicia. 
Esta Deusa é Lakshmi: a personificação da beleza, da fartura, da generosidade, da riqueza e da fortuna. Ela é comumente representada sentada sobre uma flor de lótus, segurando flores de lótus e um cântaro repleto de moedas de ouro nas mãos. 
Ela é a própria representação da Vitória e do Sucesso e por isso sua figura foi associada à celebração do Diwali. 
Existem muitas lendas para explicar seu nascimento, mas uma delas conta que, certo dia, Indra, o Rei dos Deuses, perdeu todos os seus poderes e envelheceu. Desesperado ele foi pedir a Brahma, o deus da criação, que o ajudasse a reverter àquela situação. 
Brahma, pouco podia fazer e aconselhou Indra a procurar o Deus Vishnu, o mantenedor do universo, alegando que somente ele saberia como resolver a questão. 
Após ouvir as súplicas de Indra, Vishnu disse bem calmamente:
- A solução é agitar o poderoso oceano de leite, até que se forme o Amrita: o néctar da juventude e da força eternas!
Indra ficou ainda mais desesperado: como chacoalhar um oceano inteiro? Com o apoio dos demais Deuses eles decidiram utilizar a Montanha Mandara e a Serpente Vasuki para bater o oceano de leite até transformá-lo em Amrita. Vishnu se transformou numa tartaruga e auxiliou no processo de movimentação da montanha até o oceano. 
Com tanta agitação, os demônios acordaram e também quiseram compartilhar do néctar da juventude e força eternas! E como os Deuses sabiam que não poderiam bater todo o oceano sozinhos, resolveram aceitar a ajuda dos demônios. 
Assim, juntos, Deuses e Demônios, agitaram o oceano de leite até que seus braços estivessem muito feridos. Nesse instante receberam do oceano 14 preciosos presentes e o último deles foi a Deusa Lakshmi, sentada sobre um lótus, trazendo em suas mãos a Amrita ou Ambrosia, para nós.
Vishnu encantou-se profundamente pela Deusa Lakshmi e fez dela sua esposa. Toda vez que ele desce ao mundo, Lakshmi também vem ao seu lado: é que não há como preservar a vida na terra sem que a prosperidade se faça presente para todos!
Indra recuperou sua força e juventude e, como era esperado, a Amrita causou uma grande guerra entre os Deuses e os Demônios. Shiva, o deus da destruição, teve que ser chamado para resolver o problema. Mas isso... é uma história que fica para outro dia!